Poema Popular

É incrível perceber que encontramos manifestações artísticas mesmo nos lugares mais inusitados!!!

Voltando para casa da faculdade, todos os dias úteis, passo em frente a um cemitério. As paredes deste cemitério foram reformadas há algum tempo e nela deixaram pequenos espaços com azulejos brancos para que artistas de rua colocassem suas "obras" ali.

Entre essas manifestações, nem todas belas, tem um trecho de um poema. Ele é assinado por Lince. Como eu joguei esse nome no pai da matéria, vulgo Google, e não encontrei nada sobre, exceto animais selvagens e este poema, tomo essas palavras como anônimas.

Meu fim
de Lince

Abaixo de uma grande roda de carro
Esmagada como uma flor no quente asfalto
Meus sonhos deixarei nas nebulosas nuvens do espaço.
Não me enterrem... Como poderei respirar?
Tenho horror a esta terra maldita.
Então, façam-me cinzas. Não as joguem no mar,
Ponham-nas dentro de um livro bom de se morar

Sempre leio esse poema e me encanto com sua simplicidade e profundidade. É meio louco, com certeza, mas as coisas não precisam fazer sentido para serem bonitas ou apreciadas.

Seja quem for esse humano, gosto de pensá-lo como uma Poeta do Povo. Como mais um entre tantos artistas que esta Terra abençoada tem...

A palavra é um dom! Enquanto pudermos usá-la para expressar nossos sentimentos, mesmo que para tantos não faça sentido, devemos usá-la!

Nem todos conseguimos usar da lingua falada para dizer o que sentimos...

E mesmo que tenhamos essa capacidade, eu digo: escreva! Escreva sua vida, sua alegria e sua dor. Deixe sua marca nas pessoas...

Às vezes o que temos não temos coragem de gritar ajuda a aquietar a mente e o coração de um semelhante... E isso, é maior que a vida!